segunda-feira, 2 de maio de 2016

De-

Descrença.
Desânimo.
Dissabor.

Mas sem desespero.

Dizem que deixar tudo passar é simplesmente o melhor a fazer, porém acredito que isso somente se trata de algo indubitavelmente comum, um traço irremediável da vida.

Aliás, tudo passa; e vai passar, independente do que (qualquer um d)a gente espere ou faça...

Me é difícil compreender, até mesmo lidar com essa situação... com tal conceito, tal sistema, tal momento. Com o velho, velho conhecido, o tempo. 

Esse tal totalitário e irrefutável tempo, que, por um curto momento - curtíssimo aliás, que tive que me propor a escrever do nada - parece não me atingir como sempre o faz. Então me permito, por uma caprichosa vez, me colocar alheio a ele, acima da minha própria consciência; pois creio que nem mais (d)ela eu sinto; nem mais ela me faz escutar. Nem ela mais eu quero vislumbrar...

Perdido. Sim. Como sempre.
Não há talvez nessa questão.

Conheço.
O Desapreço.

Pela vaidade. Pela falsa vontade.
Pela insatisfatória ignorância e pela fraqueza do (não) ser.
Pela situação que as pessoas se colocam para (tentar) fingir algo;
Pela i-realização da efemeridade certa de alguém que tem dúvida do quer - do que é - e do que precisa.
E mesmo assim, o faz.
Tolamente. Naturalmente.

Tudo que faço; Tudo que posso.
É abaixar a cabeça - sentir meus pés no chão e caminhar... me deslocar de tal momento, dessa ignóbil situação, assim como faço com a minha vida; assim como a levo pra longe de mim (e de tudo) em uma noite sincera e fria.

Permito-me dar voltas. No mesmo lugar. Vendo esse mesmo de uma forma completamente distinta da que eu percebi(a) anteriormente.
Desejo me reposicionar, e em mais um momento me relevar... fingir, talvez, que nada é comigo. Que essa vida e esse mundo não são meus - pois aliás nunca foram, e tampouco o serão - e tentar simplesmente (per)passar essa oportunidade de presenciar (o) aqui e (os) agora.
Da forma mais concebível o possível...

Tudo pode soar tão tolo a olhos leigos... a ideias alheias... a crenças perfeitas.
Mas, como já se faz mais óbvio do que uma vez o foi, eu não me importo. Se um dia me importei, nesse curto momento posso dizer que não o faço mais...

Para tudo e para todos (eu, inclusive) há um momento - talvez creiam que o amanhã é o melhor, ou que o que foi é o que há, ou o que houve, ou simplesmente o que haverá. Mas não. Nem o agora se faz presente quando me sinto... tão...

Desligado.
Desapegado.
Desiludido.

Depende...
Tudo depende.

Somente espero que um dia eu me depare...
Com algo melhor a decifrar do que a própria decadência.

Nenhum comentário: