sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Dias [-pora]

O todo eu

Não sei

Se está

Se esteve

Se será

Ou ainda se é 

Um ser 


Sempre

Soube

Que seria

Simplesmente

Semeado 

Por aí 


Porém

Jamais

Me coube

Questionar

Se restaria

(algo d)A raiz



Há dias em que simplesmente nos percebemos como um vestígio de nós mesmos. 

Como se estivessemos espalhados. Impermanecentes.

Como se isso houvesse sido forçado pelas circunstâncias da própria vida. A qualquer custo.


Nesses momentos em que percebemos uma diáspora do ser, tudo se torna tão impermanente que é difícil se apoiar em alguma espécie de conceito que sirva de sustentação. 

Se um dia houve alguma certeza, o que há hoje é a única certeza da dispersão - e que é através dela que se há que continuar. 

Em descolamento, em busca dos próprios fragmentos.


Espalhar-se e completar-se. 


Não há uma borda sequer a qual não conseguimos chegar - mas que preço, tal fragmentação pode nos custar? 


Várias 

Faces

Facetas

Fasciculações

Frenéticas

Frívulas

Frias 


De fronte faríamos o mesmo?

Ou a distância fornece um outro fim? 


Factualmente, o que nos cabe é (nos) fortalecer. 

Focar na (in)finitude dessa fábula - (chamada vida!).


Afinal.

Um é todo. 

E cada todo, é Um.


... talvez a melhor maneira é sermos todo, em cada um de nós(sos fragmentos).

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