A vida é tão capaz de fornecer sonhos quanto os destruir.
E quanto o a mais se sonha, mais se destrói.
(E o que sobra são os pedaços, a serem reencaixados ... )
O que importa é que a vida não é sobre sonhar; é sobre adaptar.
É sobre se reinventar a cada dia que a vida não te guiou até o caminho que um dia você sempre desejou - ou nem mesmo isso - às vezes tudo que aconteceu foi o que não se imaginou!
Ela não é sobre o amanhã.
E muito menos sobre o que se passou.
É sobre tentar estar presente no que acontece - agora - e fazer disso algo real.
Pois não existe outra solução para aqueles que um dia imaginaram coisas - elas se foram e elas se vão.
Nisso todos os planos se desfizeram; todas as expectativas se consumiram.
E... é sempre tão vazio não ter nada, não o é?
Mas chegar a esse ponto já deveria ser um costume - uma quase condição para (sobre)viver.
Mas a gente esquece (e teima a esquecer aquilo que não nos cabe...).
Talvez a ingenuidade permitiu que você traçasse caminhos, criasse cobranças.
Mas não há lugar para esse tipo de coisa em um ser vazio, em uma alma deslocada.
O que essa sociedade oferece - e cobra - só pode ser muito pouco para alguém sem ideais. Aliás, existe um mundo fora, e afora... é nele que (se) está...
Quem poderia dizer o que fazer? E o que ser?
Já se foram tantos... em apenas um(a).
E o que posso dizer é que: tudo bem ; pois é exatamente o que é.
Existem momentos, épocas e situações em que desempenhamos o papel que nos cabe na ocasião - e às vezes essa função nos preenche, nos dá sentido, nos faz avançar (ou simplesmente seguir, que seja).
Mas e se esse sentido só se fazia presente naquele momento?
Como proceder?
Não há o quê e como questionar o que faz sentido para alguém (e para você). Nem o que fez.
Mas a questão é - qual é sentido, agora, uma vez que todo o resto (das ideias aos índices) foi desfeito?
Amanhã é outro dia e ele há inevitavelmente de chegar.
E que ele traga consigo outros ares, outras marés, outros pares - de ideias, de vontades e de enquadros.
Pois o que um dia houve, não est(h)á mais.
E há de haver o presente no futuro do amanhã.
E se tudo isso dói ou não, não é essa a questão.
O que importa é seguir - sem se submeter a vontade que tentam te impor - mesmo que essa vontade seja simplesmente a sua.
Sea, hemos de Cenar.