sábado, 24 de dezembro de 2016

Menos; Mais. Que seja.

Quando analisamos a nossa situação, e mais, a nossa disposição, conseguimos, em parte entender o que precisamos (ou não).


E minha situação é ímpar em minha vida.
Não me encontro com motivos, sequer objetivos. Vivendo um presente tão falso quanto as minhas expectativas que isso mude.
Sem estudos, sem avanços, sem muita coisa que eu possa chamar de 'meu' ou de simplesmente algo o qual eu esteja de fato vinculado - mais perdido que sempre, talvez, fazendo algumas mesmas coisas para simplesmente não flutuar por aí.

Como eu já havia dito -  e não só a mim mesmo - passar de 'quê de estudante que talvez vá a servir ou fazer algo' para um mad worker wannabe - o qual ninguém dá valor nem simplesmente pensa em algo como aprovaçao (não que isso me importe) - é uma situação a qual eu não curto, não gosto ... mas é o que se apresenta. E, assim, vai sendo.

Um ano mais de aceitação e entendimento do que qualquer outra coisa.

Nada de renovação. Nada de re-expectativas. Talvez um algo de cortes; alguns indesejados, outros inesperados, porém em realidade necessários, ou no máximo compulsórios.

Quase 100% perdido por aí. Incapaz de traçar um caminho ou uma meta que anime a sair do lugar - e eu pergunto, por quê eu deveria?

...

Mas pelo lado da disposição, me parece que eu gastei todas as minhas energias nesse ano para tentar me recompor - me re-conhecer - e, quase tudo, que eu tentei fazer simplesmente ... não rendeu frutos.

Palavras ao ar, muitas vezes. Sinceridades sendo desperdiçadas por aí.
Mas não posso reclamar, eu mal sei o que queria - e ainda não sei o que devo desejar.

logo, é bastante complicado pensar em algo, traçar uma alternativa, vislumbrar coisas sendo que na essência do meu ser não há uma gana... um desejo que clama ou explica o que deveria ser ou ter.

Não consigo - e talvez nem queira - conhecer; pessoas, coisas, opiniões.
Não há motivos para passar e repassar vidas alheias que vão permanecer da mesma forma.
Nao prevejo - e talvez simplesmente não exista - verdadeiras opções, que me retirarão desse marasmo inato a minha condição, permeado de expectativas desatadas.

...

Essa nova vivência com o agora - que se revela na vida única que nós temos, me faz questionar todo tipo de coisa, a maioria dos tipos de relações e o quotidiano que nos cerca. São intermináveis dúvidas preenchidas de todo tipo de incerteza - que se eu for expôr uma a uma, posso escrever durante horas... mas é melhor não. Que eu as guarde, só destacando que eu não sei qual caminho seguir - abraçar o que eu já tenho, utopicar um vislumbre de uma vida em paz, ou simplesmente me entregar (um dia) a tradicionalidade e viabilidade de ser nada, e estar satisfeito por 'levar uma vida normal'?

Tão complicado.
E os anos passam.
Eu nem os vi passar.
Não me sinto com a idade que tenho.
Mas, sei que eu deveria estar a ponto de propor alguma possibilidade nessa vida.
Tudo para que eu não me perca só e inalcançável nesse poço de dúvidas, numa incapacidade de concluir o que quer que seja.

Ou...

Simplesmente me esquecer que o tempo clama, enquanto permeio o 'agora' com bons gostos e uma paz inerte e real.

...

O todo já sabe que eu não tenho raízes. Nem fé. Nem sonhos. Nem vida; quase.
Mas mesmo assim eu sigo - ou tento - esbarrando nas vicissitudes dos momentos da forma mais ágil possível.

-

Talvez pre-passar o futuro para que ele simplesmente se torne presente; viver, apesar de tudo?
Mas, como?
E mais...
Com quem? Consigo mesmo?

Fins de ano. Família. Nada.

Me sinto cada vez mais a parte, e menos presente nesses destaques que deveriam significar algo - ou tudo. Just like fading, as a whispering wisp, passing by.
Sem sentido. Sem (muita) importância.

Talvez essa minha mente não se reflita, e nem espelhe... mas tudo bem, o que me importa é que ela funcione - nem sempre a todo vapor, mas sempre. Estar presente, afinal, é essencial.

-


Acho que...
Tudo que eu não quero sentir, mesmo, é que eu esteja desperdiçando tempo, o tempo inteiro.

Porque... tudo e nada, andam se confundindo tanto... ultimamente...

2 comentários:

Femme Fatale disse...

'Sem motivos nem objetivos, nós estamos vivos e é tudo, é sobretudo a lei...', acho que a própria música já define.
Nossa estadia é para fazer mais do mesmo e girar nas mesmas voltas e voltas e tornar a estar no mesmo lugar de onde (inocentemente) acreditamos ter partido.
Por mais expectativas que criemos, nosso futuro já está definido e caminhamos a cada dia alguns quilômetros na estrada do fim, qual é a grande jogada de fazer/ser algo se o grande prêmio é a morte?
Somos marionetes manipuladas por uma força maior, o tempo.
Nosso máximo direito é fingir que somos alguém e que algo nesta vida importa.

F.Z. disse...

Só creio que esse seja um direito bem complicado de se alcançar...
Ao menos para mim.