Faz tempo...
Faz tempo que eu venho me desfigurando...
E me parece que não consigo mais me reconhecer.
Olho para coisas que fiz há anos, e consigo sentir, rever tudo. Reimaginar. Mas esses atos, fatos, conteúdos ... deixei de lado com o tempo, abandonei, se foram, mas os quais nunca me esqueci...
Talvez algo existisse nessas épocas - algum potencial, alguma vontade, algum sabor, enfim, algo... que me fazia mover. Que me... transpunha... que me transportava, me transformava...
Não sei o que aconteceu.
Não sei no que deu.
Só sinto que...
Hoje... nem eu (a mim) me resto. Me percebo estático - apesar da inválida e perene tentativa de me esclarecer...
As facetas que estavam lá (ou aqui?) já não dizem muito mais - o meu ser percebe tudo aquilo que um dia foi como atos em vão - e o que eu consigo ver é que ... tudo que eu tentei ao longo de todo esse tempo não deu em nada.
E isso me dói ... por quê será? Por quê será que - hoje - eu não tenho nada a oferecer?
E se me pergunto o que faço - ou posso fazer - da vida, a resposta é nula; isso me deixa não só envolucrado em um profundo desgosto como também gera uma espécie isquêmica de desespero...
Os dias vão se passando, e eu continuo buscando algo - como sempre o fiz - de forma cada vez mais desacreditada.
Sou menos do que um dia já fui, e não tenho a faísca que me fez traçar todo esse caminho com um quê de determinação...
Me parece que o que aconteceu ficou perdido... assim como eu estou.
...
E ver que todos que estavam ao meu lado possuem algo - um caminho, um motivo, um propóstio ou ao menos uma ideia - faz me questionar... como eu posso estar tão... à parte?
Tento me conformar, me reconfortar que cada um tem seu próprio tempo - mas o que eu sinto é que o meu tempo realmente já se foi...
É ruim... (não ser nada...)
Não consigo aceitar essa mediocridade psicológica ... não tenho o desejo nem o ímpeto de me reenquadrar em terras que já (faz tempo que) sei que não são minhas...
Nunca desejei isso; nunca imaginei assim...
Um prenúncio daquilo que não deveria ter sido já me atormenta a cada dia da minha vida atual... a qual eu conseguia me esconder muito bem de toda essa draga existencial, mas... isso já não é mais possível.
...
É, tudo isso é contínuo, insistente, redundante...
...
e...
Eu... só queira saber, por onde, continuar...
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