Mas me lembro que tal qual é a vida...
Ainda assim me oponho a isso, me penso, me enfrento.
As minhas ações me parecem todas em vão.
A minha dedicação - àquilo que me dediquei - hoje insiste em não ter motivos.
As minhas escolhas - se é que foram mesmo, escolhas - revelam-se equivocadas.
Não vejo (os) frutos em minha vida.
Talvez seja pelo fato d'eu me encontrar no mesmo lugar...
Tudo que eu fiz... me parece abandonado; apesar de ainda possuírem significado...
Foram ótimos, quando foram... ao menos disso eu não posso reclamar.
E...
Nem tudo foi por ser algum tipo de decisão momentânea;
Talvez, de fato, eu tenha percorrido caminhos - e é inegável que esse caminhar me trouxe valiosos momentos e experiências - mas, eu... simplesmente errei o meu rumo em algum momento... (e não soube para onde ir...)
Sempre tentei fluir, seguir da melhor forma possível o que me era dado na ocasião...
Fazer dessas variedades uma vida - real!
Mas...
e.
Hoje.
Me pergunto:
E aí?
Não deu em nada. Não deu nada.
Me encontro no mesmo lugar de sempre, do qual pretendia me reencaminhar a doze anos atrás.
E...
Eu tento rever, repensar, cada passo...
Será que eu cheguei a movimentar, ou sempre estive parado...?
Eu tanto me motivei; tanto me acreditei; tanto me imaginei...
Para, agora, estar aqui... e sem qualquer desses traços em meu âmago.
Me falta motivação, me falta acreditar, me falta imaginar... talvez um pouco de tudo me falte...
Mas...
Não me falta tentar.
...
Pois, acredito, isso vem sendo algo que eu ao menos hei feito - e não só interiormente.
Mas, bem, e então?
Olho para os lados.
Vejo aqueles que me cercavam.
Se eles não possuem tudo, pelo o menos... possuem algo. Algo seus. Algum progresso - notável. Alguma base - sustentável. Algum futuro - traçável.
E o que eu mais quero é que sejam felizes, e, continuem.
E...bem...eu.
Aqui.
Avec rien.
Avec rien.
Me perguntando...me percebendo...tentando me encontrar...
Algo que já faço há tanto tempo que nem sei mais como (re)proceder...
Um regreso (de, ou), um retrocesso.
Se não sou uma falha, não sei bem o que sou.
Mas, se bem que... não há falha em algo que não tenha motivos...
É bem isso... creio.
Não vejo valor no que eu posso oferecer; não reconheço uma viável maneira de não estar nessa situação.
O que... realizar?
Por quanto tempo eu vou conseguir me ver assim? ...
E... como me preparar para algo novo, com o espírito de alg(uém)o que ficou para trás (faz tempo...)?
Não há mais muita voz.
Nem muito mais vez.
Notável fado de quem consegue estar perdido no mesmo lugar...
P.S.: Listening to Anathema - Springfield (https://www.youtube.com/watch?v=8y1ROzCUpbU)
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