A cada dia que passa...
Atuamos conforme a peça em cartaz.
Tentando estar sempre alinhados com o que a cena compõe.
Falando, aginda, sentindo...
Como se fôssemos nosso próprio personagem.
Entregamos suor, sangue e coração...
Para estar de acordo com o que o papel nos pede.
Até o ponto que ficamos pálidos, apáticos, impassíveis...
De acreditar que podemos representar o mesmo feito de outro dia.
Até que...
Numa breve passagem...
Descobrimos que o espetáculo se encerrou.
E tudo cai.
Desmorona... e se vai.
Já não há mais máscaras.
Já não há mais direção.
O que sobra é a face do palhaço - que se entreolha no espelho.
E percebe...
Que não tem mais o que seguir.
Que a (atu)ação acabou.
E não se tem para onde ir - nem mesmo o velho camarote!
Todo o trabalho e sentimento que foi disposto nesse ato...
Não foi nada além de uma breve e efêmera ocasião.
Que só sobrou ele ali...
(como sempre foi)
E sem a maquiagem que um dia usava.
A qual carregava o personagem transvestido em seu próprio ser.
E que, agora...
Que tudo seguiu o seu caminho...
Já não há mais papel nem para si mesmo.
... e o conto acabou.
Ciao. Aufwiedersehen. Adios.
E assim a vida se repete, mais uma vez.
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