domingo, 30 de maio de 2021

Sim

Desde quando sou triste? 

Onde foi que me tornei infeliz? 

Por quê me questiono se essa sombra sou mesmo eu?


Vendo as fotos e as memórias que me configuravam, a única coisa que consigo perceber é outro algo que não esse.

O sorriso estava. 

Os momentos estavam. 

A realidade estava.

Havia (um) outro. 


Não sei por - e se foi por onde - os caminhos que passei. 

Não sei se foi com quem eu andei - as situações em que vivenciei. 

Não sei se tudo isso foi necessário - para crescer; 

Ou mero acaso - para me aborrecer. 


A partir daí, 

O mundo se tornou outro - criou muito mais nuances, e todas eles muito mais sombrias do que os quais eu tinha como minhas (se é que tinha!), um dia. 

Absorvi demais coisas que não eram minhas. 

Problemas que não podem ser meus. 

Vidas que não desejavam o mesmo que ainda busco - viver! 

(oras, ainda posso seguir...)


Se relacionar em qualquer nível demonstra a complexidade que se configura as existências. 

Mas acredito que não podemos tomar para si aquilo que cabe a outrém - não, isso não é egoísmo. É autopreservação. E devemos tentar continuar integros, mesmo que fadados a estar sozinhos, porém sãos. 

Pois, precisamos estar completos em si, para poder desfrutar algo e alguém em outro. Para desfrutar algo e o self dentro do mundo - compartilhar uma vívida realidade. 


Não há como se debruçar nas carências de outrém - não há como suprir as próprias carências com além.

E, isso, me aprendi, mesmo que por tanto praticar. 


Não raramente (a)creditamos demais; confiamos demais; desejamos demais.

Por vezes nos doamos e recebemos o vazio em troca - e não sabemos o que fazer com tal nulidade. Somos nós o problema? Ou seria o próximo, que só tem isso a oferecer (nesse momento)?  

Nos ausentamos? Devolvemos o mesmo? Nos fechamos? Como prevalecer? 


Não sou o tipo de pessoa que consegue viver a parte de tudo - e todos. Apesar de conseguir me ausentar e me tornar alheio as desnecessariedades do mundo. Acho que... sinto

E isso torna toda essa questão muito mais difícil do que parece ser. 

Mas... assim o é. 


Muitos possuem um objetivo, uma força, um propósito. 

E isso os encaminha - e isso os encobre - e isso os empenha. 

Por qual motivo seja tal necessidade, espero que todos o encontre. 

Apesar de que... eu não me vejo nesse caminho. 

Então o que me resta... é... improvisar. 

(Estar preparado, mesmo sem saber para o que seja)



A cada experiência eu me perco mais - e assim me conheço. 

A cada situação eu me desconstruo mais - e assim me percebo. 

A cada fracasso eu me acabo mais - e assim me direciono. 


E hoje sei, que apesar de onde - e com quem - eu me esbarrar preciso (man)ter uma simples filosofia para não me tornar aquilo que nunca fui: 


Ser. 

Sorrir. 

Saborear. 

Sentir.

Sim. 


(Desfrutar; divertir; demais!)


Mesmo que tudo seja de forma equilibrada; 

Não pretendo esquecer que, 

Quero ter orgulho do que eu fui, 

E, mais ainda, de quem me tornei. 

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