quinta-feira, 23 de julho de 2009

Morte e Vida

Vida após a morte.
Morte após a vida ...

Não, eu não falo de nada transcendental, nada religioso.

Falo da vida, como metáfora, da morte, como só ela sabe metaforicamente ser.


Vou tentar me fazer entender.


Mas primeiro é importante:

Se hoje - é, exatamente hoje - é dia de morte, amanhã pode ser que seja um dia de vida.

São momentos ...
São eles que nos fazem continuar - ou talvez a impugne esperança de que esses momentos de vida (que todos sabem, são raros) venham ocorrer.
O passado faz mais parte do presente do que o próprio futuro que se apressa sem percebermos ...
É complicado, eu mesmo não consigo (me) entender.
Mesmo assim deixe que eu continue; desconexo, sem foco ...


A morte como a própria é: Fim. (fim[-nalidade] do Fim. Final. A vida é só simplesmente o meio...)
Quando alguém morre - a intensidade tem muito a ver com qual é o papel metafórico que a própria assume; ou até mesmo que assuma o papel que todos nós conhecemos, que é o fim da vida do ser para o próprio mundo; simplesmente MORRER - nós mudamos.
Quando nós morremos, nós mudamos.
A morte é necessária à vida; a uma nova vida.

A todo dia pode haver a nossa própria morte.
Podemos simplesmente "matar" alguém.
E tudo muda após isso - esses são íntimos ligados por um fio; que no fim forma o novelo, e se desprende; precisamos achar a linha (que seja nossa; ou de preferência outra linha [leia-se outra vida, outro ser] ) para continuarmos a tecer o meio.


Daí sim eu digo: Essa é a vida que existe após a morte - nem sempre é melhor, mas ela existe; ou não: Por isso morte após a vida ...


Enfrentamos sempre essa morte passageira (ou não!) que decorre após a (uma) vida.
- Simplesmente considere que vida é tudo que já passou e não volta mais; e se voltar não será o mesmo. Era um outro mundo, outros seres, outras circunstâncias (viu como é outra vida?) ...


E mais uma vez; a NOSSA morte quando uma vida morre é passageira.
A morte de ente querido, ou de um ser que passou a ser existencialmente odiado, depende sempre da intensidade, é tudo tão pessoal e tão relativo ... a morte de uma época, o fim de um sonho ...


Mas temos que pegar (o que sobrou de) nós mesmos e continuar ...
Por menos que desejamos nossa morte passa, uma nova vida espera (eu já disse que nem sempre é a melhor, certo?).
Ou seguimos esse tênue círculo; ou simplesmente enlouquecemos.
Morremos; se não for pro próprio ser, será para os outros.


Um momento de vida ... um dia de vida ...
Um aniversário (vida ou morte? morte ou vida?) ...

O que te leva?
O que você quer que te leve?


... Uma leve brisa levianamente me destraí ...


Um meio involuntário, insensato, e que com certeza não foi nós mesmos que o escolhemos - mas as vezes simplesmente tinha de ser ... (a [nossa] Vida)


Momentos passam, momentos vão.
O que fica são as memórias, e a tola vontade de ter a (uma) vida para se lembrar - o que eu falei do passado?



Deixe os dias (o tempo, a morte, a vida - que decorrem deles).
Espero que eles também me deixem ...

terça-feira, 14 de julho de 2009

"V" de ...

A vontade e a verdade são tão vorazes quanto um vulto;
Viciosamente passam, sem que vejamos como chegou, ou mesmo se já vagou ...


Voluntariamente essa vistoria não é feita ...
Vamos, sem um "você", voltados em um vago volume de espaço-tempo em busca de um "V" que complete, que talhe, que valha nossa Vida.



Mas o que nos resta vislumbrar é:



- Seria de 'Vitória' ou de 'Vício'?

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Companhia

As vezes tudo que queremos é tomar a dor de alguém para si.


Não que a nossa seja pouca - pois só cada um tem, e sabe da sua.
Mas, a verdade é que ver alguém que te apetece com aquilo que o (e que por consequência também te) aflinge é ... ruim.
E injusto é querer fazer algo, e não poder fazer nada.


Por mais que você fale, por mais que você tente ... sem que de fato você consiga agir, no final das contas todas suas palavras, toda a sua preocupação é ... em vão? Eu espero que não ...

- Na verdade é ... pois de nada adianta. Mas, por um lado, digo de própria experiência, saber que alguém tem uma cumplicidade, que compartilha algo com você, te deixa com um gostinho de companhia, mesmo que no fundo, no fundo esteja só.

Não há o que fazer, a não ser lutar pra que esse tipo de coisa não nos esbarre sempre.


Não sei quanto as pessoas, mas tudo que se (para mim) busca por aqui é uma verdadeira companhia, alguém que você possa ter um momento em que se pode sentir livre de qualquer fardo, despreocupado do que pensam/acham de você, e pode ter TODA a certeza de que a franqueza reina.
Sua mente pode sentir livre, aberta, leve.
Você pode compartillhar, sem temer ... e se há franqueza, há a reciprocidade.


Utopia?
Talvez.
Mas sem esses pequenos ideais, tudo que conseguimos é manchar (por que não borrar?) o tempo com cores quaisquer, que na maioria das vezes nao passam de um preto e branco pálido.


Como eu tenho falado ... o tempo é curto, ele não resta, só esvai.
Alguns querem parar, outros almejam mais, mas estranhamente esquecem de aproveitar o tempo que lhes é dado.

No meu caso, eu tento evitar esse problema:

Não pretendo necessitar de um segundo a mais sequer - depois que meu ânimo, meus caros (Sim, são vocês), minhas idéias, minha vontade forem embora - nesse mundo, ou em outro, qualquer que seja.


Não há necessidade de vida; onde não há Vida.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Considerações sobre o tempo, n° 2



O Tempo não nos espera, ele não se encontra. Pelo contrário, é voraz, consumido e consumado pelos instantes que se passam, que passaram, que sempre passarão. E muitas vezes parece que tudo que se faz... fica perdido no etéreo; é em vão.

Oi, esse sou eu.

Hahahahahaha.
Essa é uma ótima música com uma ótima letra.

Te lembra alguém?

Engenheiros do Hawaii - Fé Nenhuma

Não levo fé nenhuma em nada!
Não levo fé nenhuma em nada!

Mas ninguém tem o direito
De me achar reacionário
Não acredito no teu jeito
Revolucionário

Eu sei que você acredita
Nas notícias do jornal
Mas tudo isso me irrita
Me enoja e me faz mal

Por incrível que pareça
Teu discurso é tão seguro
Talvez você se esqueça:
Você também não tem futuro

Não levo fé nenhuma em nada!
Não levo fé nenhuma em nada!

Mas se quer me pôr no agito
No movimento estudantil
E eu não acredito
No futuro do Brasil

Eu não vou morrer de fome
Eu não vou morrer de tédio
Eu não vou morrer pensando
Em qual seria o remédio

Eu sei de cor seus comentários
Sobre o mal da alienação
Mas eu não vivo de salário
Eu não vivo de ilusão

Não levo fé nenhuma em nada!