Um Impasse Ensaístico

Ser ou não ser?
Não julgo ser esta a questão.

Não em um mundo tão vasto e denso ... ( ou tão pequeno e previsível ... )


Qual é a questão?
Eis a questão.


Com tantas formas de vida que nos enganam, que fazem e se desfazem a cada porta que se abre, a cada quarto que se entra, a cada dia que passa ...

O que é o certo?
Como crescer?
O que ser?

Uma infinidade de paralelas verdades se põem, e se contrapõem ... dizem, se contradizem ...
Não há um ponto final.
E o mais esperançoso é que na prática a tendência é aumentar, desorganizar.


O aparente passo avançado, como dito, não é nada mais que aparente ...


O curto espaço de tempo que temos à acrescentar ao menos algo a nós mesmos, muitas vezes - e a maioria delas por culpa do que nos cerca - só nos reparte.

O que um dia foi ... não será o mesmo, independente das circunstâncias.

E as pessoas?
O que elas nos valem no momento que em que só são - exatamente isso - pessoas ... ?


Um tempo que não se encontra, e beira ... o desencontro.


As horas passam, os dias acabam ...

O embate não dá trégua.


Mas a questão, primordialmente essencial, se revela outra vez:


Afinal, quem você é?

Quando ...

Você tem a melhor das intenções.
E não te consideram ...

Você fala.
E não te ouvem ...

Você explica.
E não se preocupam ...

Você ouve.
E esquecem que você esteve ali ...



Quando ...
as coisas não dependem exclusivamente de você ...
Não há mínimas razões ... para tentar entender.

Mundo pequeno, pequeno mundo ...

Alguns dizem que nada é pra sempre.
No entanto, muitas vezes nós queríamos que fosse.
Mas mesmo assim, as vezes parece que é ( ou vai ser ).


Existem vezes que simplesmente esquecemos desse velho ditado e passamos a não pensar desse jeito, ou de jeito algum a pensar nisso.
Mas a situação toma forma e você acaba ... assim.

Oras ... não sei quais são as circunstâncias, mas eu me sinto assim.
Agora, neste momento, sem querer pensar nesse tipo de coisa.

Uma pessoa que você ... conhece. Julga conhecer e talvez o vice-versa seja verdadeiro.
A realidade que se passa as vezes em dois mundos completamente diferentes, mas que parece ser tão interessante a ambos, não importa o por quê.

É engraçado, é complicado, mas acima de tudo é bom. E como é ...

Anos que se passam, anos que se passaram e anos que se passarão ... do meu ínfimo alcance eu não abro mão.

Mas é interessante ver, sorver ... imaginar e até acreditar ...

Não pensarei em dias, em anos ... mas quem sabe até em planos?


Talvez tudo tenha a sua hora ...

E ...

Afinal de contas ...
Se dizem que tudo acaba ... por quê tudo também não pode acontecer?