quarta-feira, 7 de novembro de 2018

30s 'n' +

É engraçado duvidar.
Mais estranho ainda é questionar.

Aquilo que... talvez vá acontecer exatamente com você.
E uma vez que acontece, essa dúvida ainda persiste - será mesmo, que é verdade? Será mesmo que é assim? Será mesmo que é tudo isso? Ou talvez... não seja nada? Apenas uma percepção de um devaneio sistemático... um... (des)encanto na vida?

Vai saber...

A questão é que a Crise dos 30 me atingiu em cheio esse belo ano.
Foi um dos piores tempos. Das maiores disensações. Das mais intensas desilusões.
Uma desconstrução, um desatino... quase um desistir.

Não creio que eu tenha passado tamanha crise pessoal em minha curta vida.

Por um momento eu acreditei que poderia ir além disso.
Por algum simples tempo eu imaginei que poderia contornar o que essa experiência propriciou (ou seria, me tornou?).
Mas tudo indica que não.
Mesmo que a mudança seja sempre a única constante, não há volta - mesmo que eu continue olhando em volta...
É um belo de lamaçal que quanto mais eu tento me movimentar, mais me agarro - mais me desencontro nele, e em tempo percebo cada vez menos uma chance de saída.

Tola metáfora...

Tolo talvez tenha sido eu, todo esse tempo; toda essa vida...
Por acreditar que tudo poderia ser mais - que as coisas poderiam ser mais, que os acontecimentos poderiam ser mais, e que eu... poderia ser algo. 

Mas bem... é como dizem, cada um tem o seu tempo e de nada adianta querer se comparar com os outros.
Mas, e se... o seu tempo já passou?
E se... agora somente restou... se arrastar...?

Que péssimo desgosto.
Que infame sensação.

E imaginar que tudo que talvez, eu, gostaria... fosse.
Uma chance!
De... fazer algo. De... ser algo. De... alcançar algo.
Significante!
(Mas... o grande problema é que as coisas perderam tanto o significado para mim com essa transformação decadal... !)

Não sei como fazer.
Não sei nem mesmo se - se contentar é uma saída.
Ou a solução simplesmente seria; sair!
Mas para onde!?
Para quê?!

Para, pare com tudo isso.
Fluir se tornou um refluxo - que sempre retorna, mas que já dói, e as vezes até faz mal.

Não me intero, nem mesmo me integro.
Mas, realmente, parece que tanto faz.
Hoje em dia, tanto faz.

Pois o que realmente tenho feito; o que na verdade tem acontecido, é me desintegrar aos poucos.
Me desconfigurar. Me... cessar, aos poucos. Tarde a tarde... tudo aos poucos. Algo que nunca fiz, nunca imaginei fazer e... não me desejo fazendo.
Talvez se trate de uma grandiosa decepção com... essa situação (de aos 30 estar no mesmo lugar - e sem saída - apesar de... já haver alçado qualquer simulação de algum vôo por aí) de um amargor assíncrono de sensações.

Quem sabe se destruir não seja uma maneira (ou a única?) de conseguir seguir - aliás, quem menos fardo carrega mais longe consegue ir.
E quando... você se torna um fardo para sim mesmo - quando não consegue se reconhecer, procurando uma nuance de algo que um dia pensou. E aí...?


Talvez eu tenha sorte.
De conseguir enxergar isso tudo. Sem ajuda. Para não parar completamente.
Talvez esse seja somente um engano.
E em realidade eu não perceba nada. Precise de ajuda. Por estar completamente parado.


Um dia me disseram que eu ainda vou descobrir meu caminho, minha missão, meu propósito.
Como eu gostaria de não duvidar disso!
Mas, o contrário é o que se faz.
E..infelizmente, o que, com o passar do tempo, se revela cada vez mais real e presente.

Ah...

Sozinho, talvez seja algum caminho.


E eu me pergunto...
Por e quanto vou (ter que) me perder para conseguir encontrar alguma coisa?