quinta-feira, 25 de agosto de 2016

A

Aquele momento que você já não sabe se existe dúvida, mas que certamente não há nenhuma certeza.

A neutralidade dos sentimentos, o alvoroço dos pensamentos, o puro desconhecimento dos próprios desejos - das intrépidas vontades, das volúpicas necessidades, da incoerente racionalidade...


Não sei mais quem sou.
Não sei mais quem fui.
E tampouco sei quem virei a ser.


A sutil pérdida do envolucro que te molda, da massa que te constitui...

O que acontece não faz sentido.
O que aconteceu não se re(a)presenta.
As situações que não acontecerão, por pura e simplesmente depender d(o)e você - que já não é, mais.

A fim-alidade de não proceder através de ideias concretas ... A certeza que nem mesmo a dúvida impera...

A continuidade pela própria inercia.
A indisposição de (re)conhecer o novo - pois as ofertas de novidade simplesmente se encontram na natureza; e não nos seres (humanos) que nela habitam.

Os problemas, pessoais, e alheios dos outros, que impedem a constância e a consciência de algo que seja ... além. De uma comunhão que sana uma real estabilidade.

A cotidianidade da rotina infértil.
O inútil pensar sobre isso tudo.
O nada que se faz verdade, impera, deságua, permeia, derrete e desmistifica.

A falta de ideais, de utópicos sonhos...
A falta da presença - de si, de alguém, de algo - quer quem ou o quê seja.

O caminho (en)torpe(cente) do nulo. Da mudança de estados inconstantes e indefinidos.
Da única opção que é simplesmente, continuar... a (fingir) existir.


Aqui.
Ou onde quer que seja;


(Deixo; vejo; sinto...)
Tudo para trás.
Tudo pela frente.

Rien est présent....

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

(L)

Loose.
Lost.
Left.

Leave.
Later.
Lately.

Let.
Linger.
Lonely.

____


(I let it) Loose.
(To get) Lost.
(To be) Left.

(And I) Leave.
(The days) Later.
(In times) Lately.

(Only to) Let.
(Everything) Linger.
(While I wonder) Lonely.