quarta-feira, 30 de julho de 2014

Passando

O tempo passa - naturalmente, o que acaba não passando é a sensação de que nada passa. De que as sensações diante o mundo acabam sendo cada vez mais exatas(mente) como eram. Cada passo, cada dia, o mesmo sempre.

Estranho dizer isso, pois a ideia é de que tudo pode (ou poderá) mudar.
Existem lampejos que acabam apontando pra esse tipo de sensação, mas, curiosamente, o retorno ao natural (e que natural é esse? Bem...não é muito natural, mas talvez seja o meu natural. Não?) é repassado.


O que eu digo, afinal, é que... ainda não consigo olhar para os lados com outros olhos; vejo as coisas em outros moldes, creio, mas elas se mantém com e na mesma forma.


Há graças, divertimentos, floreios; não há realidades, vontades, verdades.
Está tudo por aí, tão perdido quanto podem estar - e eu (por quê não nós?) no meio disso tudo; o 'mim' perdido dentro do 'eu' sem saber o que é que pode ser essa questão, esse ser, essa busca.

Uma breve reconciliação em torno de (algum) caminho(s).
Queiram eles existirem ou não...


Eu só vejo as coisas passarem, agora eu não me sinto as seguindo - parece-me que somente fluo, e não necessarimente com elas, ou no ritmo delas, ou no meu ritmo, ou em ritmo algum... só fluir, passar...


Pode parecer estranho mas isso é tão normal que, nessas ocasiões, se parece como parte de mim. E, admito, não é algo que saiba lidar. Talvez conviver, caso não... quem sabe.


Afinal, aliás, e sobretudo, isso acaba não importando; como a maioria de quase tudo por aí. Como a vida que corre, como as coisas que seguem, como o tempo que passa...


Bem. Sei eu. Sabemos todos.
Estamos passando, só de passagem.