quinta-feira, 3 de novembro de 2016

S.e.r

De ser ...
Ou não.

De ter...
Ou não.

De definir...
Ou não.

De estar...
Ou não.


São breves questionamentos que se perpassem em mim - na minha vida, na minha mente, e estranhamente, no meu ser.

Uma vez onde o nada era tudo. Para o tudo que era nada. Enquanto agora simplesmente há a dúvida do que é, o que pode ser e o que será...

É uma distinção entre a incapacidade de saber o que se pode e o que se deseja...
Não consigo me entender. Não consigo perceber. Não consigo conceber.

Estar sozinho sempre foi uma constante - tão real que as vezes passava desapercebida; mas o tempo passa, as coisas se definem (no mundo, nos outros - não em mim) e eu me vejo cada vez mas deslocado; relegado. Incapaz de traçar pontos para definir o que é - e será - de mim; da minha vida (se é que o 'amanhã' é para ser pensado assim).

Sei o que não quero; sei o que não posso; sei o que não devo.
E talvez, isso seja tudo.

Não posso ficar onde estou - tal condição já se faz real há muito, muito tempo.
Não quero voltar atrás - para uma situação a qual nunca teve qualquer estabelecimento real em (para) mim (apesar do meu comprometimento, nada foi recíproco, recebido).

Tudo (meu) é temporário - e enquanto isso o tempo passa; e eu vou me perdendo em meio ao confluio dos fatos... vou ficando para trás no tempo...  e isso persiste, insiste - em me incomodar, em se realizar, em se tornar cada vez mais verdadeiro e me lembrar, que, eu ... não passo de mim: nada; ninguém (como eu mesmo já escrevi na própria definição desse blog, anos e anos atrás).

Vivo assim - tem sido a única forma que venho conseguindo aproveitar ou prosperar nos últimos anos (imagine uns 5 anos, por favor) - mas essa (in)constância me atormenta. Me persegue e se debate na minha face pálida e cabisbaixa, quando sozinho estou (como quase sempre) - a noite percorre, transcorre... eu não me entendo, eu não compreendo...
Não consigo sair do lugar e imaginar 'outro-eu' - 'outro-ser' - 'outra-vida'. Nada brilha ao fundo. Não há um incentivo ou planos, objetivos (o que quiser denominar como sendo isso).

(ser) Sozinho é a sina da vida. Mas, evidentemente, não é algo que eu vá suportar para todo sempre...
E eu não reclamo do hoje, do agora. Essas condições que se dão no momento são para lá de satisfatórias - mas, como disse, e amanhã?

Se eu simplesmente imaginar que ele não vem, talvez o presente me baste - e sim, é óbvio, é o que eu faço no momento.
Mas, não sou assim ... não consigo fingir que ele pode insistentemente se fazer (como [o]) presente em minha vida.
E quem (?), e o que (?) serei eu quando esse castelo de cartas, que é minha vida, vier abaixo?

Não. Não posso me compor de pedaços familiares que possuem (e desejam) seguir seus próprios caminhos (assim é a vida; os laços permanecem, mas a vida é de cada um...).
Ninguém pode se basear (aproveitando) de amigos - cada um tem seu rumo, e o máximo que podemos fazer entre nós é compor os momentos (sejam eles como for) e se fazer presentes quando necessário(s) - (se é que nos querem).

A companhia de companheiros deve ser factual; real, no mínimo.
Mas eu não sou um bom companheiro... eu não sou nada, aliás, já bem disse.  E... além do mais, as pessoas possuem suas válvulas que se permeiam entre os seres (humanos), o mundo (imaginário) e os sonhos (ideais).
Eu tenho dúvidas e questões de (o) que sou composto. Leves desvios de entendimento em saber do que(m) necessito. ... E, assim, me perco mais uma vez nas questões iniciais desse pensamento...

A solução toma rumos os quais eu não consigo reconhecer... e as perguntas se perfazem mais uma vez culminando na rudimentar: (O) Qu(e)em é você?


Sem a mínima ideia de como responder tal questão... não vejo a mínima capacidade de continuar, a não ser, direto, e expressar, que: sozinho não quero, não posso ser e viver - mas não há no vislumbre da situação um raiar de resposta.

O meu futuro é tão nulo quanto... Eu.