terça-feira, 21 de janeiro de 2020

En Avant

Se soubessemos a metade das coisas que a gente sente.
Se pudessemos explicar uma pequena parte de tudo aquilo que se passa.
Se acreditar fosse uma forma de realizar as causas.
Se viver fosse além do objetivo da vida.
Se o amanhã fosse o hoje.

Talvez essa existência seria mais permissiva, menos retórica e mais presencial.


Dos aforismos que afloram em (na[s]) mente,
Não há uma mentira sequer.

Das realidades que perpassam a percepção.
Cada qual se emoldura a sua.

Todo erro foi uma tentativa.
E o que é tentar, senão tangenciar as possibilidades terrenas?

Não ouso dizer que (ess)a vida é um erro.
Mas é repleta deles.
E o que é viver, senão estar a par com (su)a antiga percepção?
(errada, aliás)

Das inúmeras cargas que carregamos,
Talvez a mais sútil seja,
A carne.

A materialidade que nos completa,
é a mesma que nos consome.
Mero detalhe,
perante ao todo espiralar,
que nos cerca.


Muitas vezes estamos, vamos e permanecemos
em algum lugar,
que não passa de lugar algum.
A vastidão nos envereda
a cada olhar que escapa
pelas frestas intermináveis do horizonte.
Fazendo de todo lugar,
algo similar ao sagrado.
Daquele ponto, exato, elucidado,
Seja por, quem, ou como for.
Diante de cada um desses pontos,
podemos alcançar o infinito,
que está (pronto para ser) mentalizado.
Pois, a realidade é trafegável,
Permeável.
Agora.
É onde todos os níveis se encontram,
fazendo com que todo(s) (os) nó(s)
torne(m) apenas um.
A plenitude, aliás
Não passa de percebermos que
A Unidade é encontrar Um.
Não há separação.
Não se é apenas isso,
Mas sem o isso que nos nutre
Deixamos de ser - o que quer que seja.
Referenciamos tal qual um rastro
Hermeticamente espalhado
Numa tela (multi-)dimensional
De desejos e desilusões.
Repercutindo, a cada instante
A finitude eterna dos movimentos.
(do) Aqui, lá, antes e depois,
Tudo,
Uma doce consecução.


Sabe.
Somos.
Tudo e o nada.
Ao mesmo tempo.
Sem saber, exatamente.
Em que instante estamos.
Perâmbulando na passagem.
De cada uma dessas persecuções.


Não há o não haver.
Há! Você verá.

[ Track - Sur l'océan couleur de fer, Alcest ]

sábado, 4 de janeiro de 2020

Pudera

Minha parte,
é o que parte
do particípio
da presença,
do permitir,
e do prevalecer.

Partindo
do princípio,
da polidez,
da perseverança
e da plenitude.

Pois...
Promulgo,
ao perceber,
perdido,
a puntura,
dos pontos,
que pintam,
a partilha.

Das partes,
as quais propiciam
a passagem
proposta
que perdura
na pujança
dos nossos projetos
e planos

Pulverizada(s),
pelo percurso
presumido
de nosso prefácio

A ser preenchido
pacientemente
pelas partes
presentes na
passagem
de cada prólogo

Ainda pendentes,
pois...
a posteridade
não prescrita
propaga
sempre uma (nova) promessa

Fazendo a progressão
algo, protocolar
até mesmo paralizado.

Porém,
pouco a pouco,
Planejamos.

A postura
pretendida
sem polaridades.

Para
propiciar
o(um) potencial,
Paraíso.

Produzindo...
A pura
prova.

Que...
Nos permeará
(Em) (Toda) Parte.