terça-feira, 18 de outubro de 2016

Tut mir Leid

Quando a pura incerteza se junta a mais cruel dúvida e o que persiste é a falta de claridade, você tem um momento tal qual esse.

Nada se fecha. Não existem exatidões. O vazio é tão certo que chega até a ser irrelevante nessa breve consideração.

A solitude, a solidez e a sanidade se perpassam em uma brincadeira desgostosa que insiste em persistir - sem mais, nem menos, mas, sem qualquer sentido...


Estar. Só.
Para se sentir.
Seria verdade; não saber se conter?


Conto, ponto a ponto, os dias que se desaguam na inverídica, porém fatídica, torrente dos dias - da breve percepção do tempo. Da dúvida de ser (ou não!).

Quem há de ser algo, o que há de ser algo... quando se encontra sustentamente perdido nas próprias indecisões?
O campo de visão não se limita - ele se apaga. Não há caminhos (claros); não existem opções (factíveis).

Tudo que eu faço - ou ao menos venho fazendo - é tentar fugir desses dias, dessas horas ... tentar achar qualquer coisa que me empurre pra frente; que demonstre algum sentido, de verdade, para mim. Mas não encontro. Fazem dias. Fazem meses. Fazem anos.
Reluto. Tento. ... Mas. É isso.

E quanto mais eu conheço/enxergo all things, o momento em que se faz claro dentro de mim (mais) uma 'perda' (de algo, de alguém, de alguma vontade, de alguma vida) me torna cada vez mais atônito; cada vez mais apático. A tudo. Ao todo.

Assim...

Re-começar se faz o mais difícil.
Re-estruturar se configura num ato torpe.

Não existem bases; o pouco que restava ... já foi (Os pedaços soltos que tentavam se reconfigurar ganham outros contornos ... não existem as mesmas saídas).
E, de tal modo, não consigo seguir os mesmos passos.
Não há nada para buscar. Não há nada o que fazer.

O desânimo é (oni)presente - a inércia da rotina é a única coisa que é capaz de levar (continuum flow).
Os dias flertam com o nada. A persistência não se faz mais uma opção... E, a dúvida é a única que persiste.

A realidade (atual) é que nada encontrei (tendo que aquilo que um dia julguei ter encontrado, não mais está); e uma leve voz insiste em murmurar: "E será exatamente assim, não adianta se inquietar".


...


O que posso afirmar é que, de quando em vez, é difícil viver sem objetivos. Sem propósitos. Sem perspectivas.

E, definitivamente.
Esse é um destes momentos.

E... Eu... Não sei o que dizer.
Me desculpe.