quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Ceia

A vida é tão capaz de fornecer sonhos quanto os destruir.

E quanto o a mais se sonha, mais se destrói.


(E o que sobra são os pedaços, a serem reencaixados ... )


O que importa é que a vida não é sobre sonhar; é sobre adaptar. 

É sobre se reinventar a cada dia que a vida não te guiou até o caminho que um dia você sempre desejou - ou nem mesmo isso - às vezes tudo que aconteceu foi o que não se imaginou!

 

Ela não é sobre o amanhã. 

E muito menos sobre o que se passou. 


É sobre tentar estar presente no que acontece - agora - e fazer disso algo real.

Pois não existe outra solução para aqueles que um dia imaginaram coisas - elas se foram e elas se vão.

Nisso todos os planos se desfizeram; todas as expectativas se consumiram. 

E... é sempre tão vazio não ter nada, não o é? 


Mas chegar a esse ponto já deveria ser um costume - uma quase condição para (sobre)viver.

Mas a gente esquece (e teima a esquecer aquilo que não nos cabe...).


Talvez a ingenuidade permitiu que você traçasse caminhos, criasse cobranças. 

Mas não há lugar para esse tipo de coisa em um ser vazio, em uma alma deslocada. 


O que essa sociedade oferece - e cobra - só pode ser muito pouco para alguém sem ideais. Aliás, existe um mundo fora, e afora... é nele que (se) está... 


Quem poderia dizer o que fazer? E o que ser? 

Já se foram tantos... em apenas um(a). 


E o que posso dizer é que: tudo bem ; pois é exatamente o que é


Existem momentos, épocas e situações em que desempenhamos o papel que nos cabe na ocasião - e às vezes essa função nos preenche, nos dá sentido, nos faz avançar (ou simplesmente seguir, que seja).

Mas e se esse sentido só se fazia presente naquele momento? 

Como proceder? 


Não há o quê e como questionar o que faz sentido para alguém (e para você). Nem o que fez. 

Mas a questão é - qual é sentido, agora, uma vez que todo o resto (das ideias aos índices) foi desfeito? 


Amanhã é outro dia e ele há inevitavelmente de chegar. 

E que ele traga consigo outros ares, outras marés, outros pares - de ideias, de vontades e de enquadros. 

Pois o que um dia houve, não est(h)á mais. 

E há de haver o presente no futuro do amanhã.


E se tudo isso dói ou não, não é essa a questão. 

O que importa é seguir - sem se submeter a vontade que tentam te impor - mesmo que essa vontade seja simplesmente a sua. 


Sea, hemos de Cenar.