quinta-feira, 21 de junho de 2012

Gehen...

Como continuar algo que já terminou?

Bem, não há como.

Você já bem sabe que os passos a serem dados serão outros, mas quais serão eles?


Estranho, engraçado, porém, nada divertido. É a situação e os moldes que ocorrem a minha vida. A cada coisa nova que acontece, a antiga morre. Impretenciosamente, deve, morrer. Não que eu almeje, necessite, mas simplesmente é o que acontece, sem que eu, coloque a mão nisso. Não hei de enumerar, mas é bastante engraçado ver como é isso... numa perpectiva de fora.

Pois bem, pois mal... mais por mal do que por bem, claro.

A resolução das coisas de minha parte são simples, não hei de hesitar com passos atrás. Nunca hesitei. Sempre segui em frente, seja aonde essa frente "for" ou que "tenha sido".

Fases, fases. Acontecem, vão, e ficam algum gosto do que foi... na verdade, pode-se chamar um 'retrogosto', como nos vinhos, os quais você acaba adquirindo e lembrando, uma vez que entra em contato com a substância: a substância dos assuntos, a substância das fotos, a substância intrínseca da memória.

Pois mal, pois bem mal...
Estou olhando, e vendo, mais do que nunca uma indefinição, que já era definida, mas que de certa forma se definiu sem nenhuma definição prévia...

Lá. Lá. Ali. Lá. Aqui (não mais).Ali. Acá. Aqui? Aonde...
Boa linha.


Enfim...
Para mim não chega a ser tão complexo continuar, desde que exista alguma continuação.
Algo que um dia foi, foi! Foi! Diz tudo. Não é mais. E não há de ser. Jamais será. Nunca o mesmo. Não adianta tentar... eu bem aprendi, eu bem me incuti: a mudança, primordialmente, a fluidez, na tentativa da busca de mudar-se -  e quem sabe, conhecer-se? Pois bem, bem mal... não creio que tudo que vem acontecendo há de criar qualquer suspiro que seja de conhecimento, mas no mais, não há de esquecer de fornecer experiência. Pois... essa sim, algo, estou tendo... tive, alguma. Alguma que seria recusável, mas me foi imposta...

Não me arrependo de nada. Nada mesmo. O que aconteceu, tinha de acontecer... não haveria de ser outra forma. Por pior que tenha sido. Mas bem, bem mal, foi bom... eu creio. No final das contas. Hei de rir, de tudo isso, como faço agora (ao mesmo tempo que a perplexidade me indefine, me perscuta, me corrói, me... me pergunta mais uma vez de que sou feito; o que hei de fazer), como sempre irei de fazer... mesmo que seja apenas amanhã. Não há nada melhor - mais sensato (acredite!) - rir do que acontece, mesmo que tenha sido mal durante alguns segundos, dias... meses.

Somente não se pode remediar o inevitável: o nosso tempo que passa, a morte daqueles que chegam. Perante a isso, nada há de se fazer, nada há de se questionar...


Não ficarei pensando no que fiz, no que fui - e jamais pensarei no que poderia: ter feito, ter sido - pois isso não é o melhor a se fazer. A nostalgia não nos deve dominar. Não há de se viver preso a um passado (mesmo que recente, ou que seja permanente em nossa mente).

E por mais que sentimentos 'nostálgicos sem nenhum gosto de passado e nenhuma vontade de futuro' andem permeando esse tal ser, não hei de cedê-los espaço. Primeiramente, pois não compreendo o que isso é capaz de fazer, o que eu posso ser capaz de fazer quanto a isso. Segundamente, pois eu não sei bem o que é isso, e que essa descrição é a única forma que eu consigo descrever minha situação presente, pendente:  as sensações de estar ligado à aquilo que já aconteceu, a vontade de experimentar tudo de novo, mas a plena condição de saber que nada disso é para ser re-desfrutado. Tenho o meu presente, e por mais diferente que ele seja, não o abomino - na verdade estou contente com o meu presente, nada a reclamar, tudo a desfrutar. O problema é a continuição... o problema é a linha tênue que eu me encontro, onde tudo que durante alguns anos foi uma vida para mim (sim, já enfrentei isso há pouco, tendo de me desvencilhar de um pequeno mundo curto no qual vivi e desfrutei por algum tempo - mas consideremos que, bem, é um tanto menos intenso, devido ao fato de que no início já se sabia todos os passos a caminho do fim) está se encontrando no fim. A linha tênue na qual o próximo passo é uma incógnita, o qual o próximo passo é uma indefinição.

Não haveria vontade, nenhuma, de abandonar tal condição, se as implicações reais não estivessem tão expostas, tão contundentes. Mas, sim, já sinto, já sei, que toda a confluição está aí. Mas como, irei de fluir com ela?
Pois, mal, nada bem... eu não sei ao certo o que fazer. Não sei ao certo o que esperar. Não sei ao certo o que será.

Não há problema quanto ao que irão dizer, fiz o que fiz, e essa é a única marca que eu posso deixar - o resto é somente impressão; e alguém me diz, do que servem elas?

Já tive de deixar o bastante para saber que isso não é bom... já tive que recriar, reformular, readaptar, para saber que isso não é simples.


Só creio que não hei de teimar em continuar sem mim. Sem a presença fatal do meu ser estranho imparticular. ... e isso é uma condição terrível. Da qual, esse ser, não espera pouco, para que o que continue não seja "o bastante" ou "satisfatório". Por quê, ôh ser, há de ser, tão certo em decisões que só trazem uma indefinição? Ou melhor, por quê não se decides, por tomar uma decisão do que será?

Mas, mal, bem, não sei, só creio que tal impossibilidade é mais presente do que o próprio  discernimento perante toda essa questão, tão óbvia, tão simples, tão marcante... por quê há - hei - de ser tão incapaz em definir um caminho... uma ideia... uma vontade; ...


De mim, por mim... mas há quem também não tem os passos a seguir, e também hão de complacer com as mesmas situações, talvez, maiores indecisões...

Mas essa é a vida. E não hei de assertar que ela tem graça por isso... pois, isso, não tem graça.