quarta-feira, 1 de março de 2023

Vago

Quando um encontro gera mais desencontros que você podia esperar, as vezes a única saída é (se) desencontrar. 


E sair ... nem sempre é para melhor. 

Nem sempre a saída é única. 

E nem sempre se sai. 


Soturnas são as datas que representam essas mudanças.

Esses desapreços, 

Esses deságios. 


De nada são, além de passagens.

Molduras e recortes,

De um amanhã que já não se faz mais hoje. 


Enquanto o hoje,

Cisma em continuar sibilando a sua frente. 

Mesmo que tenha o dissabor de sempre, 

Pois, 

Não deixou de ser outra coisa. 


A sana senda da solitude, 

Que pouco importa no fim dos(eus) tempos. 

Aliás, só seu não-ser estará marcado nele. 


E a despedida... 

Ah! 

Toda essa experiência pode ser tão ácida (quanto básica...) que somente o tempo será capaz de fazer dela um mero recordo, dentro do seu índice de vidas (já vividas, ou não!). 

Mas sabe... o que sempre retorna é justamente aquilo que mais vivemos. 

E... pouco importa... 

As vezes a importância é o que temos (e precisamos) de menos - e isso é aplicável inclusive ao próprio ser. 


Tanto a discorrer, mas tudo que consigo expressar é a discordância, a dissolução e uma (das várias) face(s) da desistência.


Que de ser?

Mesmo sabendo que já não resta tanta coisa? 

Qual é o próximo sentido que vai transcorrer (ess)a vida? 


Pois a cada pedaço que se perde, não necessariamente (e pelo contrário!) acontece uma lapidação. 

Sinto mais como se fora uma espécie de dilaceração - da tênue vontade, da originária personalidade, do próprio ser. 


E o que acontece é...

Uma constante busca por si - em se saber quem se é - mas, não por descobertas, e sim pelo desenterrar do que foi substrato seu, um dia. 


A pérdida vivacidade nesse plano; 

Não há mesmo como planejar.