quinta-feira, 7 de julho de 2011

Nem tudo que brilha...

...é ouro.
É o que dizem, pois.


Mas o que é que nessa vida teima insistentemente em brilhar?
Não posso contar, tampouco posso afirmar...

Somente sinto um pesar enorme dentro de mim, por simplesmente não conseguir identificar nada disso. ...


Ah! Talvez alguns diriam: é o futuro! Talvez alguém afirmaria: são os objetivos! Até talvez poderia-se ousar: é viver!


Mas...
O meu ser, o meu som, o meu gosto e meu dom não estão presentes, se é que de fato fazem-se existentes.
Não é e não há.

Não é admissível que a própria vida seja banal, que venha, chegue e passe, que não se faça nada, que simplesmente... não se queira - viver.
Mas não importa, são só constatações de fatos fátuos.


Eu sei reconhecer bem que a única forma é continuar.
Não sei aonde, nem como.
Só existe a consciência de que se não sou nada com algo - ou mesmo alguém - que dirá sozinho!

Então, o que ser...; será? 


Pontualidades constatadas da forma mais inconsciente, e mesmo assim tão óbvia...


É tanta coisa em relaçao a tudo isso que na verdade, não existe como se expressar...


É se levar:

Do amor à dor.
Do presente ao futuro. 
Da substãncia ao nada.
Da diferença à indiferença.
Da companhia à constante solidão.


E não, não há como imaginar a forma que o amanhã se desenrolará - não há porque fazer planos. Não há planos para fazer - pode ser que o amanhã não venha.

O que se passa é a nobre indefinição dos sentidos, dos caminhos e do tempo. A desfiguração do aqui e do agora.


O que foi, inevitavelmente (agora) foi. Indifinivelmente, o que tiver de ser, será.

Não há por quê se questionar.
Não há o que perder... quando não se tem nada.

A solidão e as pessoas - é incrível como as vezes tudo se torna suportavelmente insuportável pelo simples fato de absolutamente nada se enquadrar a você (ou afirmando da forma que se é mais verdade: pela inconsistência própria, de não se enquadrar a nada).
Tudo uma mera adaptação.
Tudo uma mera continuação.

Se dizem que não se pode parar, ah! Ah!
Me diga então, por quê continuar?


A única forma, única solução.
Mas, sem nenhuma vontade - que na verdade, a grande especificidade é que tudo pode ser: em vão!

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