terça-feira, 21 de outubro de 2008

Portabilidade

De celular, de carros, de sentimentos, enfim, de tudo.

Mas não é disso que quero falar.
É só um Título sugestivo, que, de certa forma se relaciona com que irei dizer.

Como eu sempre tentei, vou evitar discussões mais acadêmicas, citar autores ...
Vou por tudo no simples, no senso comum.
Em uma viagem básica.

Hoje, pensando em o que falar na apresentação de um trabalho - tinhamos de apresentar um assunto e argumentar, a favor ou contra, chegando no fim a uma conclusão.
Sem muita idéia do que dizer, comecei a tentar relacionar notícias de neu interesse com o de sempre ( meu ), o "algo a mais".
Haha.
É. Ligar algo com algum outro algo, não muito ... relacionado.
Mas que no fim das contas, ao menos pra mim, acaba fazendo um sentido enorme.
É a tal questão que escrevi no "about". Aquilo que não há, simplesmente surge em uma ligação até então nova em sua mente.

Oras, sem enrolação, vamos ao ponto.
Todos os aficcionados por música que tem no mínimo alguma descência devem saber dos planos das gravadoras, que é vender os Álbuns - dominados hoje pelos CD's - em um formato um tanto inusitado, que seria no pen drive.

Tendo isso como idéia em mente, comecei a reflexão momentânea, utilizando o bom e velho - e tão aclamado por mim - improviso.

De início recorrei a velha teoria McLuhiana ao falar das potencialidades de cada sensorialidade que temos.
Vou tentar reproduzir sinteticamente a minha idéia histórica.

O ser humano sempre teve a necessidade de ter o tátil, o paupável, para se conseguir a experiência total.
Oras, o que a criança faz de supetão quando vê algo de interesse?
Justamente isso.

É partindo desse princípio que eu venho a analisar a sociedade digital.
A folha de papel, foi transformada no étereo interminável dos editores de texto.
O fazer - de ação - foi transportado para as telas dos video games, e o controle, nos relegado apenas aos nossos dedos.

É de encontro a esse panorâma, e tendo a idéia primordial como base que as novas tecnologias buscam trazer de volta a experiência total, a vivência real. Agora, ao mundo digital.
É a volta ao palpável.

Dois exemplos rápidos?
Nintendo Wii e a febre dos e-Books ( os quais eu espero ansioso ).

Sendo assim, você já imaginou você comprar um Pen Drive com as músicas do seu artista favorito?
Ah, vamos parar né?

Ainda existem aqueles que preconizam o vinil como o fidedigno reprodutor da música.
É verdade, só nele é possível gravar todos os sons da ambiência, o que as vezes - principalmente em Jazz e seus bateristas criando aquele clima com a vassourinha - pode faltar.
O CD e sua ambiência digital acaba cortando tais sons, apesar de uma qualidade melhor.
A questão realmente não é discutir qual é melhor ... mas trazer a tona o "tátil".

O que quero com tudo isso é mostrar que, no Vinil exitias as capas.
No CD, o encarte, a arte no próprio CD, a embalagem.
Em ambos as letras acompanhando.
Sempre tudo ao alcance das mãos, na hora em que você quiser.
E aquele olhar, aquele prazer de ter o que você quer. Saber que tem aquilo que gosta e ter contato com o trabalho realizado, assim, em primeira mão.

O Pen Drive?
Tudo tornará dependente de uma máquina - inclusive o 'ter' ! - e mesmo que um "cd virtual" chegue com ele, está longe de pleitar a querer se a mesma coisa.
Pra lá de longe.
Um encarte virtual, com a letras, making off, o que quer que eles coloquem de extra, tudo na memória de um reles Pen Drive?
O que isso vai acrescentar?

Por problema de capacidade de espaço, não é.

Nessa história quem ganha são as gravadoras, que abaixarão os custos e aumentarão ainda mais os lucros.
Já os artistas não tem nada a ganhar.
E nós? Temos muito a perder.


Daqui a pouco vão querer transformar algoritmos matemáticos em grandes compositores, dispensando até os próprios artistas ...

Será mesmo que temos de viver dentro de uma caixinha?


P.S.
Foi nessa apresentação, dentro desse contexto que cunhei uma frase na qual muitos acharam estranho 'eu' falar.
Riram, ou se surpreenderam.
Nem avaliei ... só que não custa nada colocá-la, não?
Vai ver vocês riem também ...

" A natureza humana sempre buscou aquilo que pode ter, de fato. O tátil sempre foi essencial. Mil cartas de amor, nunca serão a mesma coisa que uma noite de amor ... ! "

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